23/07/2015

Ética e Valorização Profissional: como transformar as práticas Políticas do Profissional da Informação?


Francisco das Chagas de Souza – UFSC

Palestra apresentada no dia 21/7/2015 na Mesa Redonda 2, constante na Programação do XXXVIII ENEBD (Tema “FORMAÇÃO POLÍTICA, REFLEXÕES ÉTICAS, PRÁTICAS DE TRANSFORMAÇÃO SOCIAL E MÍDIAS NA INFORMAÇÃO: Qual profissional temos e qual queremos ser?”), com  a presença de: Dr. Jonathan Carvalho – UFCA; Dr. Cristian Santos – UNB; e Dra. Aldinar Martins Bottentuit (UFMA).

Prezadxs Estudantes de Biblioteconomia, Documentação, Ciência e Gestão da Informação,

            1 – Cumprimento a todsx e agradeço o convite para estar neste evento e nesta mesa;
            2 – Ressalto que vivemos um momento político delicado no país, que exige de nós a capacidade de interpretar os acontecimentos e suas implicações sobre nossas expectativas cidadãs;

            3 – Manifesto quão evidente está a distância entre os profissionais, os estudantes e os cursos de Biblioteconomia, documentação, ciência e gestão da informação demonstrada pela ocorrência ao mesmo tempo e em lugares distintos do país dos seguintes eventos: XXXVIII ENEBD (aqui em São Luís, de 19 a 25 de julho), XXVI CBBD (em São Paulo, de 21 a 24 de julho), IX SNAC – Seminário Nacional de Avaliação Curricular (em São Paulo, no dia 20 de julho) e VI ENECIN – Encontro Nacional de Educação em Ciência da Informação (em São Paulo, no dia 21 de julho). Falta diálogo sério neste momento entre os envolvidos com a Biblioteconomia, documentação, ciência e gestão da informação. Aí está o profissional que temos, queremos continuar assim?

 

 
            Inicio esta exposição destacando que no ano de 2014, em 20 de julho, tive a honra de realizar a palestra de abertura do XXXVII ENEBD, em Brasília. O evento havia adotado como tema: Responsabilidade política do estudante e o futuro do profissional da informação. À minha fala dei o título:  “A construção do bibliotecário brasileiro formado em nível superior: projeto do ano 2022”. Nela abordei dois fatores:
Primeiro – A cada 20 anos, isto é, 1962, 1982 e 2002 foram estabelecidos currículos mínimos para a formação de bibliotecário no Brasil (assim chamados nas duas primeiras datas) e na última chamado de Diretrizes Curriculares Nacionais, por força da Lei 9.394/96, a LDB ora vigente.
Segundo  – É responsabilidade política do estudante de hoje, juntamente com os profissionais ora atuantes, pensar o futuro. Entretanto, pensar esse futuro, implica em pensar nas práticas que esses profissionais desenvolvem e pensar na utilização desses saberes para projetar o conteúdo de formação dos candidatos ao ingresso na profissão.  
            Hoje, um ano depois, estou honrado com o convite para participar desta mesa intitulada Ética e Valorização Profissional: como transformar as práticas Políticas do Profissional da Informação” inserida em uma temática geral intitulada: Formação política, reflexões éticas, práticas de transformação social e mídias na informação: Qual profissional temos e qual queremos ser?
            Diante do tema geral, circunscrito à política, à ética, à ação possível e aos recursos disponíveis e tendo em vista o objeto temático desta mesa, focalizando a  conduta do profissional a partir de uma perspectiva metodológica, comandada pela interrogativa “como”, passei a suspeitar que as dificuldades de ação dos bibliotecários de hoje, aí incluídos também os que estão na docência, vêm como parte de uma cadeia de valores formada há dezenas de décadas ou mesmo há séculos.
            Uma das fontes de ideias que vem me auxiliando há tempo nas reflexões que procuro fazer sobre a conduta do bibliotecário chama-se Vilém Flusser, filósofo tcheco-brasileiro, nascido em 1920 e falecido em 1991. Em um de seus curtos ensaios, utilizado como preleção em cursos ministrados em São Paulo nos anos 1960, intitulado Nosso saber, busquei um ponto de partida para esta explanação que ora faço. Nele o autor formula uma caracterização das várias etapas da história da ciência e nessas etapas vê como um elemento significativo a forma com que as perguntas mobilizadoras da  produção desse conhecimento são construídas. Há, conforme seu jeito de perceber a história da produção do conhecimento, três modos de interrogação.
Diz ele: No inicio da história teriam sido colocadas perguntas que começam por “para que?” e teriam sido seguidas de perguntas que começam com “por que?” e por “como?”. Perguntas essas finais; causais e formais. [...] Perguntas finais são características, até hoje, do discurso político, isto é, das ciências da cultura. [...] As explicações causais eliminam uma das dimensões implícitas nas explicações finais, a saber: a dimensão valorativa. O universo do discurso das explicações causais é isento de valores. Nele não há sentido perguntar-se por motivos. [...] Ultimamente a ciência se vê obrigada a abrir mão das explicações causais em numerosos campos, e de substituí-las pelas formais. (FLUSSER, 1983, passim.)
           
            Que pretendo eu com essa citação? Tomar a ideia nela contida a fim de por em foco dois aspectos que acredito estarem inerentes ao tema geral deste evento e ao objeto desta mesa. Primeiro, é parte central do tema geral duas perguntas: Qual profissional temos e qual queremos ser?  Segundo, é parte significativa desta mesa a pergunta: como transformar as práticas Políticas do Profissional da Informação? Nos dois aspectos está evidente tratarem-se de perguntas formais, perguntas que só poderiam ser formuladas por duas razões: Primeira – A fé em que o Profissional da Informação resulta de uma formação sustentada cientificamente; Segunda – A convicção de que a ciência é construção objetiva e, assim, destituída de valoração. Isso coloca, portanto, questões como: 1 - o que são a Biblioteconomia, Documentação, Ciência e Gestão da Informação e 2 - o que são os Bibliotecários, Documentalistas, Cientistas e Gestores da Informação na ordem das questões excluídas do rol de interesse dos Cursos que os formam, embora sejam de interesse notório da sociedade leiga. Em geral, esses ramos de conhecimento e esses profissionais ouvem perguntas sobre quem são e o que é o objeto que cultivam profissionalmente. Se isso deixa de ser assunto explorado nos Cursos de formação desses profissionais, igualmente deixam de ser temas tratados convenientemente aqueles que se originam de perguntas como:  1 - Para que há esses conhecimentos e esses profissionais? e, 2 - Por que o que eles podem afirmar sobre si e sobre o que produzem tem valor e adquire identidade social? Às vezes, parece que ao não atentarem para a construção de respostas a essas questões que, em si, tem o sentido do político, tem a expressão das escolhas e dos valores, os profissionais da informação, entre eles os docentes dos vários ramos inseridos e partícipes deste ENEBD, envolvidos na preparação dos futuros colegas, tomam o que seriam as respostas a essas perguntas como um saber genético, que está naturalmente nele e, presumivelmente, também está em todos os demais membros da sociedade.
            Essa ideia de um saber genético – sobre os traços e os fazeres dos profissionais –  detido por todos os membros da sociedade, provavelmente tem origem em alguns defeitos de entendimento sobre a realidade social: Primeiro – viria da concepção, especialmente pelos membros das profissões, de que todos os membros da sociedade tem plena consciência das escolhas e ações decorrentes que se dão no mundo da vida, esquecendo de autoavaliarem sobre o que não sabem em relação às profissões de que são leigos; Segundo – decorreria de uma alienação em relação a um mundo que é constituído socialmente segundo especificidades, interesses e especializações; Terceiro  – denotaria a ausência do domínio e da prática de conhecimentos que abracem, inseminem e critiquem sistematicamente o seu universo de discurso formal e pragmático. 
            Essa conduta, orientada pelo menor esforço intelectual, não pertence a um único grupo profissional; é criação que vem se consolidando nos últimos séculos, face ao  modelo de organização social, centrado na individualidade e na produtividade, matrizes da ciência, que cada dia mais é o combustível da modalidade de relação humana e social  chamada mercado.
            Encontro em Safranski (p. 110-111) a afirmação de que Nietzsche percebera a origem e consequência desse estado de coisas no século XIX em torno da formação dos jovens de então na sociedade europeia. Diz Safranski:  

Para o pensamento filosófico, no começo da era industrial, as dimensões duradouras do Ser, isto é, Natureza e História, começam pois a transformar-se numa espécie de máquina. A essas “máquinas”, pensam os otimistas entre os contemporâneos de Nietzsche, podemos confiar a produção da vida bem sucedida, sob o pressuposto, todavia, de que nos portemos conforme nossas funções. A transformação do “processo mundial” hegeliano em funcionamento mecânico e dispositivos industriais foi descoberta por Nietzsche, com fina sensibilidade, em seu território mais próximo, a ciência filológica. Formamos os jovens para os levar ao mercado de trabalho científico, lá colocamos cada um diante de um tema e um probleminha pequeno para que ele o trabalhe diligentemente, o todo é uma fábrica científica; não sabemos para que o produto de diligência servem; em todo o caso, eles dão sustento ao seu produtor. Na descrição dessa situação, Nietzsche para em um momento e recorda seu uso linguístico: mas involuntariamente aparecem em nossos lábios as palavras “fábrica, mercado de trabalho, oferta, aproveitamento” – e todos esses auxiliares do egoísmo – quando queremos descrever a mais recente geração de intelectuais.

           
            No caso do ambiente social e econômico brasileiro, constituído por uma nação que se faz dependente desde a ocupação territorial do século XVI pela Europa Luso-Anglo-Francesa-Holandesa e a partir da segunda metade do século XIX pela ocupação intelectual e econômica Estadounidense, tornou-se parte de sua constituição de povo depender dos saberes, hábitos e costumes gerados naqueles ambientes estrangeiros e aqui introduzidos, na medida em que as populações nativas aqui existentes quando da ocupação territorial inicial não puderam fazer prevalecer os saberes que já haviam produzido no que tange a  técnicas agrícolas e médicas e em filosofia e ética. Isso se deu, em particular, pela ausência de sistemas de escrita competitivos com aqueles então inseridos pelos europeus, de modo a poder influenciar a estes.
            Admito como satisfatória para esta reflexão que ora exponho a percepção de Nietzsche, quanto ao contexto europeu das práticas associadas à escrita, e relacionadas à proveniência dos sábios, pois vejo nessa percepção uma expressão muito forte do que se pode extrair para examinar o contexto brasileiro. Isto é, para apreciar o modo como vem atuando no ambiente brasileiro todos os que se envolvem na construção, desenvolvimento e atuação profissional nos campos profissionais e acadêmicos das áreas de interesse do ENEBD. As palavras de Nietzsche, no livro A Gaia Ciência são:

Na Europa o sábio desenvolve-se em todo tipo de classes e condições sociais, como planta que não necessita de terreno específico [...] os filhos de qualquer espécie de arquivistas e escriturários, cuja tarefa principal foi sempre ordenar múltiplos materiais, distribui-los por gavetas e, em geral, esquematizá-los, mostram, no caso de se tornarem sábios, uma predisposição para considerarem um problema quase solucionado, uma vez reduzido a um esquema. (p. 260-261, passim).
           
Se essa citação dá qualquer noção de uma origem genética, ainda que social, se isso é possível ser dito, acrescentarei embora rapidamente outra circunstância para melhor dizer do contexto brasileiro que nos fez chegar até os dias atuais. Trata-se  do  momento brasileiro situado nos anos 1960, especialmente, entre 1965, ano do V Congresso Brasileiro de Biblioteconomia e Documentação – CBBD e 1971, ano do VI CBBD e quero ai focalizar o lugar dos bibliotecários e professores de Biblioteconomia. Em 1965, o país já estava havia um ano de implantação da ditadura militar. Nesse ano, uma recomendação dos bibliotecários tirada no CBBD era de que as Escolas constituíssem uma Associação para poder representar seus interesses e comunicar nos CBBDs as deliberações produzidas em seus eventos. Em 1967, foi  constituída a Associação Brasileira das Escolas de Biblioteconomia e Documentação - ABEBD. Suas três Assembleias Gerais inicias foram realizadas com a finalidade de aprovação do primeiro Estatuto. Nessas três primeiras reuniões esteve presente o Professor William V. Jackson, da universidade de Pittsburg, dos Estados Unidos da América. No artigo 2º. desse Estatuto, que trata das finalidades a serem atendidas pela Associação, em sua letra g, consta a explicitação da condição de entidade política e socialmente “desengajada”, conforme a seguinte afirmação [g. defender os interesses das instituições que a integram sem envolver-se em problemas de ordem política, religiosa ou racial].
              Digo, então, que esses poucos fatores que até agora expus mostram as dificuldades que os profissionais da informação, especialmente, os bibliotecários tem a vencer para transformar quaisquer de suas práticas. Traçando algumas relações a partir do que foi dito, evidentemente, abertas à discussão e carentes de mais  investimento em pesquisa histórica dessas profissões no Brasil, vejo: Primeiro -  na visão de Nietzsche arquivistas e escriturários, e essas atividades as associo, em parte de seus modos de operação, aos profissionais da informação referidos neste ENEBD, consideram que as respostas são válidas e suficientes quando  reduzem os problemas a esquematizações; Segundo – na origem de sua organização como grupo, via Associação, que em si é instrumento político, os professores de Biblioteconomia e Documentação brasileiros, renunciaram a tratar de questões relativas à política; Terceiro  – cada vez mais os estudantes dessas áreas se embrenham no mundo da produção científica que, como afirma Nietzsche, é o tratamento de um probleminha pequeno e muitas vezes sem sentido. Tudo indica que essa prática de iniciação científica tem como único propósito levar os estudantes a fazer aproximações com metodologias, mas sem necessariamente relacionar tais metodologias com a Ontologia e Teleologia do objeto/tema estudado, o que, no final, resultará em quase nada. TCCs, trabalhos em eventos estudantis, etc., são caminhos para desviar das questões em si socialmente relevantes. A ciência, diz Flusser, na medida em que se basta na produção de respostas às questões formais desvaloriza e despolitiza a realidade;  Quarto –   todxs aqui reunidos querem conhecer que esquema [como transformar as práticas Políticas do Profissional da Informação] pode ser-lhes entregue para transformar as práticas políticas do Profissional da Informação. Creio que isso seja impossível! Uma condição razoável para transformar é distanciar-se da forma, do formalismo, das questões formais, isto é, precisa-se saltar fora do “como”. Para dizer de outra maneira, antes deveremos discutir as questões de fundo (ontológicas, teleológicas e axiológicas) que levem a respostas finais e causais associadas aos campos profissionais e aos seus criadores e operadores.
           
            Entretanto, para não dizer que não há flores e que delas não falei, farei uma reflexão que, em parte, reflete um pouco dos rumos que tomei para realizar, pessoalmente, algumas práticas profissionais, ao longo de minha carreira, até agora, mas que em si,  não podem ser reduzidas a um esquema, não podem meramente responder a um “como”.
            Sem o menor propósito de produzir um esquema, insisto, tenho para mim que as Práticas políticas do profissional têm duas vertentes:

Primeira – A interioridade ou o que se dá no plano do coletivo profissional ou de uma pessoa constituída pela totalidade dos indivíduos que praticam uma profissão. Essa pessoa é a Associação Profissional ou o Sindicato, ou o Fórum de reunião dessas Entidades, que se consolida pela conjugação orientada por um objetivo negociado para ser alcançado como resposta média aos objetivos de cada  pessoa ou indivíduo que porta ou representa  uma profissão ou grupo profissional. Essa interioridade implica na conquista do sentimento por toda pessoa individual e pela pessoa coletiva (expresso em seus discursos institucionais) de autovalorização e fortalecimento de identidade profissional. O sentimento de autovalorização e fortalecimento de identidade profissional vai ser refletido nas práticas políticas específicas e nos meios que a pessoa individual e coletiva emprega para reafirmá-las e negociá-las continuamente entre si e com a sociedade.  

As práticas poderiam ser:

- Definição coletiva das características e tipologias profissionais e sua propagação coletiva e individual interpares e intercampos;

- Definição, negociação interna e intercampos, com vistas à implantação da constituição  de estruturas de formação profissional e científica, cobrindo as várias frentes de atuação profissional, com avaliação continua de resultados;

- Aperfeiçoamento contínuo, implicando em participar do consumo de cursos em vários níveis acadêmicos, de palestras, da participação em viagens de estudos, etc.;

-  Produção e difusão de conhecimentos contextuais, implicando na construção textual, edição e distribuição de livros, periódicos, em forma de ensaios, de artigos científicos, estudos estéticos, filosóficos, históricos, sociais, políticos, etc.

- Produção e difusão de conhecimentos especializados, fomentando a construção textual, edição e distribuição de livros, periódicos, em forma de ensaios, de artigos científicos, sobre todos os temas constituídos pela dinâmica das ações profissionais, etc.

- Criação, manutenção e expansão de instâncias de representação social, política e econômica, de caráter voluntário, a fim de fortalecer os espaços de negociação interna e intercampos com vistas a confirmar continuamente os sentimentos de autovalorização e fortalecimento de identidade profissional.



Segunda – A exterioridade que se dá pela expressão de valorização dos destinatários das ações profissionais. Em geral, a exterioridade é anunciada por meio de Declarações e manifestos de boas práticas, em que pela clareza que o coletivo profissional tem do valor de sua atuação social pode assumir compromissos de atender apropriadamente aos consumidores de suas competências profissionais. Isso implica em promover o bem estar da sociedade no âmbito das ações profissionais que realiza, reconhecendo e respeitando as formas de fazer valer os direitos humanos e sociais fundamentais da igualdade, liberdade, solidariedade ou em outros termos, adotando orientações como as postuladas no Código de Ética da IFLA em termos gerais, adaptando-o às condições de sua realidade política, social e econômica e, em particular, às especificidades de seu setor de atuação, considerando que as boas práticas transitam entre uma universalidade e uma particularidade. O relacionamento interpessoal, preservados valores gerais, é distinto em contextos distintos. 


 As práticas decorreriam de:

- Estar treinado e sentir-se capaz como coletivo e individuo para envolver as comunidades em que atua;

- Sentir-se capaz e por em prática continuamente atividades de planejamento coletivo, tomando decisões referendadas pelos interessados no resultado final dos serviços oferecidos, considerando todos os fatores interferentes, isto é, os meios apropriados e os fins desejáveis, nas dimensões políticas, técnicas e econômicas;

-  Manter estratégias e estruturas de recebimento continuo de retroalimentação dos sistemas em operação a fim de tê-los atualizados e úteis aos destinatários das ações profissionais;

- Manter estratégias e estruturas de continua conversação e negociação com instâncias formadoras, financiadoras e reguladoras das ações profissionais. 



            Concluindo, situo as práticas políticas profissionais como diretrizes para a ação; não vejo como transformá-las sem que se eleja a partir de discussão os meios que se pode empregar. Talvez sejam nos meios que se situam os problemas, pois os meios, como instrumentalidade, requerem uma materialidade filosoficamente sustentada para a qual não se está dando a devida importância. Isso talvez tenha a ver com o fato de que Os Por ques e Os Para ques nesses campos profissionais precisam ser mais discutidos. Nos meios que se tem hoje estabelecidos vê-se: Associações profissionais fragilizadas; falsa ideia de representatividade profissional e desconhecimento dos papéis das entidades existentes; desencontro com o quadro legal – constitucional do país; Código de Ética profissional que não se ajusta aos dias atuais; postura profissional isolacionista; frágil noção de autoridade profissional;  etc.

             


Fontes referidas:



FLUSSER, Vilém. Pós-história. São Paulo: Duas Cidades, 1983. p. 41-48.

IFLA. Código de ética da IFLA para bibliotecários e outros profissionais da informação. http://www.ifla.org/files/assets/faife/codesofethics/portuguesecodeofethicsfull.pdf. Acesso em: 15 jul. 2015.

NIETZSCHE, Friedrich. A gaia ciência. Lisboa: Relógio   D’Água, 1998.

SAFRANSKI, Rudiger. NIETZSCHE: biografia de uma tragédia. São Paulo: Geração Editorial, 2012.  



A seguir relaciono algumas ações em que participei, tentando a partir do meu lugar de docente/pesquisador, mobilizar ideias cuja execução envolveriam a participação de outros:               

Revista ENCONTROS BIBLI

UFSC – PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO
Doutorado e Mestrado

UFSC – Departamento de Ciência da Informação

FORUM EBCIB – Entidades da Biblioteconomia e Ciência da Informação no Brasil

SIMPÓSIO PRÁTICAS ÉTICO-PROFISSIONAIS DE BIBLIOTECÁRIOS E ARQUIVISTAS

NOME DO CED – Campanha

REDE MUNICIPAL DE BIBLIOTECAS PÚBLICAS EM FLORIANÓPOLIS – Campanha

INFOHOME – Coluna : PRÁTICA PROFISSIONAL E ÉTICA

Blog : ÉTICA E PROFISSÃO BIBLIOTECÁRIA


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