Francisco das Chagas de Souza – UFSC
Palestra apresentada no dia
21/7/2015 na Mesa Redonda 2, constante na Programação do XXXVIII
ENEBD (Tema “FORMAÇÃO POLÍTICA, REFLEXÕES ÉTICAS, PRÁTICAS DE TRANSFORMAÇÃO
SOCIAL E MÍDIAS NA INFORMAÇÃO: Qual
profissional temos e qual queremos ser?”), com a presença de: Dr. Jonathan Carvalho – UFCA; Dr. Cristian Santos – UNB; e Dra.
Aldinar Martins Bottentuit (UFMA).
Prezadxs Estudantes de Biblioteconomia,
Documentação, Ciência e Gestão da Informação,
1 – Cumprimento a todsx e agradeço o convite para estar
neste evento e nesta mesa;
2 – Ressalto que vivemos um momento político delicado no
país, que exige de nós a capacidade de interpretar os acontecimentos e suas
implicações sobre nossas expectativas cidadãs;
3 – Manifesto quão evidente está a
distância entre os profissionais, os estudantes e os cursos de Biblioteconomia,
documentação, ciência e gestão da informação demonstrada pela ocorrência ao
mesmo tempo e em lugares distintos do país dos seguintes eventos: XXXVIII ENEBD
(aqui em São Luís, de 19 a 25 de julho), XXVI CBBD (em São Paulo, de 21 a 24 de
julho), IX SNAC – Seminário Nacional de Avaliação Curricular (em
São Paulo, no dia 20 de julho) e VI ENECIN – Encontro Nacional de Educação em
Ciência da Informação (em
São Paulo, no dia 21 de julho). Falta diálogo
sério neste momento entre os envolvidos com a Biblioteconomia, documentação, ciência e gestão da
informação. Aí está o profissional que temos, queremos continuar assim?
Inicio esta exposição destacando que no ano de 2014, em
20 de julho, tive a honra de realizar a palestra de abertura do XXXVII ENEBD,
em Brasília. O evento havia adotado como tema: Responsabilidade
política do estudante e o futuro do profissional da informação. À
minha fala dei o título: “A
construção do bibliotecário brasileiro formado em nível superior: projeto do
ano 2022”. Nela abordei dois fatores:
Primeiro – A cada 20
anos, isto é, 1962, 1982 e 2002 foram estabelecidos currículos mínimos para a
formação de bibliotecário no Brasil (assim chamados nas duas primeiras datas) e
na última chamado de Diretrizes Curriculares Nacionais, por força da Lei
9.394/96, a LDB ora vigente.
Segundo – É responsabilidade política do estudante de
hoje, juntamente com os profissionais ora atuantes, pensar o futuro.
Entretanto, pensar esse futuro, implica em pensar nas práticas que esses
profissionais desenvolvem e pensar na utilização desses saberes para projetar o
conteúdo de formação dos candidatos ao ingresso na profissão.
Hoje, um ano depois, estou honrado com o convite para
participar desta mesa intitulada “Ética e Valorização Profissional: como transformar as práticas
Políticas do Profissional da Informação” inserida
em uma temática geral intitulada: Formação
política, reflexões éticas, práticas de transformação social e mídias na
informação: Qual
profissional temos e qual queremos ser?
Diante
do tema geral, circunscrito à política, à ética, à ação possível e aos recursos
disponíveis e tendo em vista o objeto temático desta mesa, focalizando a conduta do profissional a partir de uma
perspectiva metodológica, comandada pela interrogativa “como”, passei a
suspeitar que as dificuldades de ação dos bibliotecários de hoje, aí incluídos
também os que estão na docência, vêm como parte de uma cadeia de valores
formada há dezenas de décadas ou mesmo há séculos.
Uma das fontes de ideias que vem me
auxiliando há tempo nas reflexões que procuro fazer sobre a conduta do
bibliotecário chama-se Vilém Flusser, filósofo tcheco-brasileiro, nascido em
1920 e falecido em 1991. Em um de seus curtos ensaios, utilizado como preleção
em cursos ministrados em São Paulo nos anos 1960, intitulado Nosso saber, busquei um ponto de partida
para esta explanação que ora faço. Nele o autor formula uma caracterização das
várias etapas da história da ciência e nessas etapas vê como um elemento
significativo a forma com que as perguntas mobilizadoras da produção desse conhecimento são construídas. Há,
conforme seu jeito de perceber a história da produção do conhecimento, três
modos de interrogação.
Diz ele: No
inicio da história teriam sido colocadas perguntas que começam por “para que?”
e teriam sido seguidas de perguntas que começam com “por que?” e por “como?”.
Perguntas essas finais; causais e formais. [...] Perguntas finais são
características, até hoje, do discurso político, isto é, das ciências da
cultura. [...] As explicações causais eliminam uma das dimensões
implícitas nas explicações finais, a saber: a dimensão valorativa. O universo
do discurso das explicações causais é isento de valores. Nele não há sentido
perguntar-se por motivos. [...] Ultimamente a ciência se vê obrigada a abrir
mão das explicações causais em numerosos campos, e de substituí-las pelas formais.
(FLUSSER, 1983, passim.)
Que pretendo eu com essa citação?
Tomar a ideia nela contida a fim de por em foco dois aspectos que acredito
estarem inerentes ao tema geral deste evento e ao objeto desta mesa. Primeiro,
é parte central do tema geral duas perguntas: Qual profissional temos e qual queremos ser? Segundo, é parte significativa desta mesa a
pergunta: como
transformar as práticas
Políticas do Profissional da Informação? Nos
dois aspectos está evidente tratarem-se de perguntas formais, perguntas que só
poderiam ser formuladas por duas razões: Primeira – A fé em que o Profissional
da Informação resulta de uma formação sustentada cientificamente;
Segunda – A convicção de que a ciência é construção objetiva e, assim,
destituída de valoração. Isso coloca, portanto, questões como: 1 - o que são a
Biblioteconomia, Documentação, Ciência e Gestão da Informação e 2 - o que são
os Bibliotecários, Documentalistas, Cientistas e Gestores da Informação na
ordem das questões excluídas do rol de interesse dos Cursos que os formam,
embora sejam de interesse notório da sociedade leiga. Em geral, esses ramos de
conhecimento e esses profissionais ouvem perguntas sobre quem são e o que é o
objeto que cultivam profissionalmente. Se isso deixa de ser assunto explorado nos
Cursos de formação desses profissionais, igualmente deixam de ser temas
tratados convenientemente aqueles que se originam de perguntas como: 1 - Para
que há esses conhecimentos e esses profissionais? e, 2 - Por que o que eles podem afirmar sobre si e
sobre o que produzem tem valor e adquire identidade social? Às vezes,
parece que ao não atentarem para a construção de respostas a essas questões
que, em si, tem o sentido do político, tem a expressão das escolhas e dos
valores, os profissionais da informação, entre eles os docentes dos vários
ramos inseridos e partícipes deste ENEBD, envolvidos na preparação dos futuros
colegas, tomam o que seriam as respostas a essas perguntas como um saber
genético, que está naturalmente nele e, presumivelmente, também está em todos
os demais membros da sociedade.
Essa ideia de um saber genético – sobre
os traços e os fazeres dos profissionais –
detido por todos os membros da sociedade, provavelmente tem origem em
alguns defeitos de entendimento sobre a realidade social: Primeiro – viria da
concepção, especialmente pelos membros das profissões, de que todos os membros
da sociedade tem plena consciência das escolhas e ações decorrentes que se dão
no mundo da vida, esquecendo de autoavaliarem sobre o que não sabem em relação
às profissões de que são leigos; Segundo – decorreria de uma alienação em
relação a um mundo que é constituído socialmente segundo especificidades,
interesses e especializações; Terceiro –
denotaria a ausência do domínio e da prática de conhecimentos que abracem,
inseminem e critiquem sistematicamente o seu universo de discurso formal e
pragmático.
Essa conduta, orientada pelo menor
esforço intelectual, não pertence a um único grupo profissional; é criação que
vem se consolidando nos últimos séculos, face ao modelo de organização social, centrado na
individualidade e na produtividade, matrizes da ciência, que cada dia mais é o
combustível da modalidade de relação humana e social chamada mercado.
Encontro em Safranski (p. 110-111) a
afirmação de que Nietzsche percebera a origem e consequência desse estado de
coisas no século XIX em torno da formação dos jovens de então na sociedade
europeia. Diz Safranski:
Para o pensamento
filosófico, no começo da era industrial, as dimensões duradouras do Ser, isto
é, Natureza e História, começam pois a transformar-se numa espécie de máquina.
A essas “máquinas”, pensam os otimistas entre os contemporâneos de Nietzsche,
podemos confiar a produção da vida bem sucedida, sob o pressuposto, todavia, de
que nos portemos conforme nossas funções. A transformação do “processo mundial”
hegeliano em funcionamento mecânico e dispositivos industriais foi descoberta
por Nietzsche, com fina sensibilidade, em seu território mais próximo, a
ciência filológica. Formamos
os jovens para os levar ao mercado de trabalho científico, lá colocamos cada um
diante de um tema e um probleminha pequeno para que ele o trabalhe
diligentemente, o todo é uma fábrica científica; não sabemos para que o
produto de diligência servem; em todo o caso, eles dão sustento ao seu
produtor. Na descrição dessa situação, Nietzsche para em um momento e recorda
seu uso linguístico: mas
involuntariamente aparecem em nossos lábios as palavras “fábrica, mercado de
trabalho, oferta, aproveitamento” – e todos esses auxiliares do egoísmo –
quando queremos descrever a mais recente geração de intelectuais.
No
caso do ambiente social e econômico brasileiro, constituído por uma nação que
se faz dependente desde a ocupação territorial do século XVI pela Europa
Luso-Anglo-Francesa-Holandesa e a partir da segunda metade do século XIX pela
ocupação intelectual e econômica Estadounidense, tornou-se parte de sua
constituição de povo depender dos saberes, hábitos e costumes gerados naqueles
ambientes estrangeiros e aqui introduzidos, na medida em que as populações
nativas aqui existentes quando da ocupação territorial inicial não puderam fazer
prevalecer os saberes que já haviam produzido no que tange a técnicas agrícolas e médicas e em filosofia e
ética. Isso se deu, em particular, pela ausência de sistemas de escrita
competitivos com aqueles então inseridos pelos europeus, de modo a poder
influenciar a estes.
Admito
como satisfatória para esta reflexão que ora exponho a percepção de Nietzsche,
quanto ao contexto europeu das práticas associadas à escrita, e relacionadas à proveniência
dos sábios, pois vejo nessa percepção uma expressão muito forte do que se
pode extrair para examinar o contexto brasileiro. Isto é, para apreciar o modo
como vem atuando no ambiente brasileiro todos os que se envolvem na construção,
desenvolvimento e atuação profissional nos campos profissionais e acadêmicos
das áreas de interesse do ENEBD. As palavras de Nietzsche, no livro A Gaia
Ciência são:
Na
Europa o sábio desenvolve-se em todo tipo de classes e condições sociais, como
planta que não necessita de terreno específico [...] os filhos de qualquer
espécie de arquivistas e escriturários, cuja tarefa principal foi sempre
ordenar múltiplos materiais, distribui-los por gavetas e, em geral,
esquematizá-los, mostram, no caso de se tornarem sábios, uma predisposição para
considerarem um problema quase solucionado, uma vez reduzido a um esquema.
(p. 260-261, passim).
Se
essa citação dá qualquer noção de uma origem genética, ainda que social, se
isso é possível ser dito, acrescentarei embora rapidamente outra circunstância para
melhor dizer do contexto brasileiro que nos fez chegar até os dias atuais. Trata-se
do momento brasileiro situado nos anos 1960,
especialmente, entre 1965, ano do V Congresso Brasileiro de Biblioteconomia e
Documentação – CBBD e 1971, ano do VI CBBD e quero ai focalizar o lugar dos
bibliotecários e professores de Biblioteconomia. Em 1965, o país já estava
havia um ano de implantação da ditadura militar. Nesse ano, uma recomendação
dos bibliotecários tirada no CBBD era de que as Escolas constituíssem uma
Associação para poder representar seus interesses e comunicar nos CBBDs as
deliberações produzidas em seus eventos. Em 1967, foi constituída a Associação Brasileira das
Escolas de Biblioteconomia e Documentação - ABEBD. Suas três Assembleias Gerais
inicias foram realizadas com a finalidade de aprovação do primeiro Estatuto.
Nessas três primeiras reuniões esteve presente o Professor William
V. Jackson, da universidade de Pittsburg,
dos Estados Unidos da América. No artigo 2º. desse Estatuto, que trata das
finalidades a serem atendidas pela Associação, em sua letra g, consta a
explicitação da condição de entidade política e socialmente “desengajada”,
conforme a seguinte afirmação [g.
defender os interesses das instituições que a integram sem envolver-se em
problemas de ordem política, religiosa ou racial].
Digo, então, que esses poucos fatores que
até agora expus mostram as dificuldades que os profissionais da informação,
especialmente, os bibliotecários tem a vencer para transformar quaisquer de
suas práticas. Traçando algumas relações a partir do que foi dito,
evidentemente, abertas à discussão e carentes de mais investimento em pesquisa histórica dessas
profissões no Brasil, vejo: Primeiro - na visão de Nietzsche arquivistas e
escriturários, e essas atividades as associo, em parte de seus modos de
operação, aos profissionais da informação referidos neste ENEBD, consideram que
as respostas são válidas e suficientes quando
reduzem os problemas a esquematizações; Segundo – na origem de sua organização
como grupo, via Associação, que em si é instrumento político, os professores de
Biblioteconomia e Documentação brasileiros, renunciaram a tratar de questões
relativas à política; Terceiro – cada
vez mais os estudantes dessas áreas se embrenham no mundo da produção
científica que, como afirma Nietzsche, é o tratamento de um probleminha
pequeno e muitas vezes sem sentido. Tudo indica que essa prática de
iniciação científica tem como único propósito levar os estudantes a fazer
aproximações com metodologias, mas sem necessariamente relacionar tais
metodologias com a Ontologia e Teleologia do objeto/tema
estudado, o que, no final, resultará em quase nada. TCCs, trabalhos em eventos
estudantis, etc., são caminhos para desviar das questões em si socialmente
relevantes. A ciência, diz Flusser, na medida em que se basta na produção de
respostas às questões formais desvaloriza e despolitiza a realidade; Quarto –
todxs aqui reunidos querem conhecer que esquema [como transformar as práticas Políticas do Profissional da Informação] pode ser-lhes entregue
para transformar as práticas políticas do Profissional da Informação. Creio que
isso seja impossível! Uma condição razoável para transformar é distanciar-se da
forma, do formalismo, das questões formais, isto é, precisa-se saltar fora do
“como”. Para dizer de outra maneira, antes deveremos discutir as questões de
fundo (ontológicas, teleológicas e axiológicas) que levem a respostas finais e
causais associadas aos campos profissionais e aos seus criadores e operadores.
Entretanto,
para não dizer que não há flores e que delas não falei, farei uma reflexão que,
em parte, reflete um pouco dos rumos que tomei para realizar, pessoalmente,
algumas práticas profissionais, ao longo de minha carreira, até agora, mas que
em si, não podem ser reduzidas a um
esquema, não podem meramente responder a um “como”.
Sem
o menor propósito de produzir um esquema, insisto, tenho para mim que as
Práticas políticas do profissional têm duas vertentes:
Primeira – A interioridade
ou o que se dá no plano do coletivo profissional ou de uma pessoa constituída
pela totalidade dos indivíduos que praticam uma profissão. Essa pessoa é a
Associação Profissional ou o Sindicato, ou o Fórum de reunião dessas Entidades,
que se consolida pela conjugação orientada por um objetivo negociado para ser
alcançado como resposta média aos objetivos de cada pessoa ou indivíduo que porta ou representa uma profissão ou grupo profissional. Essa
interioridade implica na conquista do sentimento por toda pessoa individual e
pela pessoa coletiva (expresso em seus discursos institucionais) de autovalorização
e fortalecimento de identidade profissional. O sentimento de autovalorização e fortalecimento
de identidade profissional vai ser refletido nas práticas políticas específicas
e nos meios que a pessoa individual e coletiva emprega para reafirmá-las e
negociá-las continuamente entre si e com a sociedade.
As práticas poderiam ser:
- Definição coletiva das
características e tipologias profissionais e sua propagação coletiva e
individual interpares e intercampos;
- Definição, negociação interna
e intercampos, com vistas à implantação da constituição de estruturas de formação profissional e
científica, cobrindo as várias frentes de atuação profissional, com avaliação
continua de resultados;
- Aperfeiçoamento contínuo,
implicando em participar do consumo de cursos em vários níveis acadêmicos, de
palestras, da participação em viagens de estudos, etc.;
- Produção e difusão de conhecimentos
contextuais, implicando na construção textual, edição e distribuição de livros,
periódicos, em forma de ensaios, de artigos científicos, estudos estéticos,
filosóficos, históricos, sociais, políticos, etc.
- Produção e difusão de
conhecimentos especializados, fomentando a construção textual, edição e
distribuição de livros, periódicos, em forma de ensaios, de artigos
científicos, sobre todos os temas constituídos pela dinâmica das ações
profissionais, etc.
- Criação, manutenção e expansão
de instâncias de representação social, política e econômica, de caráter
voluntário, a fim de fortalecer os espaços de negociação interna e intercampos com
vistas a confirmar continuamente os sentimentos de autovalorização e
fortalecimento de identidade profissional.
Segunda – A exterioridade
que se dá pela expressão de valorização dos destinatários das ações
profissionais. Em geral, a exterioridade é anunciada por meio de Declarações e
manifestos de boas práticas, em que pela clareza que o coletivo profissional
tem do valor de sua atuação social pode assumir compromissos de atender
apropriadamente aos consumidores de suas competências profissionais. Isso
implica em promover o bem estar da sociedade no âmbito das ações profissionais
que realiza, reconhecendo e respeitando as formas de fazer valer os direitos
humanos e sociais fundamentais da igualdade, liberdade, solidariedade ou em
outros termos, adotando orientações como as postuladas no Código de Ética da
IFLA em termos gerais, adaptando-o às condições de sua realidade política,
social e econômica e, em particular, às especificidades de seu setor de
atuação, considerando que as boas práticas transitam entre uma universalidade e
uma particularidade. O relacionamento interpessoal, preservados valores gerais,
é distinto em contextos distintos.
As práticas decorreriam de:
- Estar treinado e sentir-se
capaz como coletivo e individuo para envolver as comunidades em que atua;
- Sentir-se capaz e por em
prática continuamente atividades de planejamento coletivo, tomando decisões
referendadas pelos interessados no resultado final dos serviços oferecidos,
considerando todos os fatores interferentes, isto é, os meios apropriados e os
fins desejáveis, nas dimensões políticas, técnicas e econômicas;
- Manter estratégias e estruturas de recebimento
continuo de retroalimentação dos sistemas em operação a fim de tê-los
atualizados e úteis aos destinatários das ações profissionais;
- Manter estratégias e
estruturas de continua conversação e negociação com instâncias formadoras,
financiadoras e reguladoras das ações profissionais.
Concluindo,
situo as práticas políticas profissionais como diretrizes para a ação; não vejo
como transformá-las sem que se eleja a partir de discussão os meios que se pode
empregar. Talvez sejam nos meios que se situam os problemas, pois os meios,
como instrumentalidade, requerem uma materialidade filosoficamente sustentada
para a qual não se está dando a devida importância. Isso talvez tenha a ver com
o fato de que Os Por ques e Os Para ques nesses campos profissionais precisam
ser mais discutidos. Nos meios que se tem hoje estabelecidos vê-se: Associações
profissionais fragilizadas; falsa ideia de representatividade profissional e
desconhecimento dos papéis das entidades existentes; desencontro com o quadro
legal – constitucional do país; Código de Ética profissional que não se ajusta
aos dias atuais; postura profissional isolacionista; frágil noção de autoridade
profissional; etc.
Fontes
referidas:
FLUSSER, Vilém. Pós-história.
São Paulo: Duas Cidades, 1983. p. 41-48.
IFLA. Código de ética da IFLA
para bibliotecários e outros profissionais da informação. http://www.ifla.org/files/assets/faife/codesofethics/portuguesecodeofethicsfull.pdf. Acesso em: 15 jul. 2015.
NIETZSCHE,
Friedrich. A gaia ciência. Lisboa: Relógio D’Água,
1998.
SAFRANSKI, Rudiger. NIETZSCHE: biografia de uma
tragédia. São Paulo: Geração
Editorial, 2012.
A seguir relaciono algumas
ações em que participei, tentando a partir do meu lugar de docente/pesquisador,
mobilizar ideias cuja execução envolveriam a participação de outros:
Revista
ENCONTROS BIBLI
UFSC
– PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO
Doutorado
e Mestrado
UFSC
– Departamento de Ciência da Informação
FORUM
EBCIB – Entidades da Biblioteconomia e Ciência da Informação no Brasil
SIMPÓSIO
PRÁTICAS ÉTICO-PROFISSIONAIS DE BIBLIOTECÁRIOS E ARQUIVISTAS
NOME
DO CED – Campanha
REDE
MUNICIPAL DE BIBLIOTECAS PÚBLICAS EM FLORIANÓPOLIS – Campanha
INFOHOME
– Coluna : PRÁTICA PROFISSIONAL E ÉTICA
Blog
: ÉTICA E PROFISSÃO BIBLIOTECÁRIA